Agro

Emprego de imagens de satélite no agronegócio

Um dos principais desafios do agronegócio é desenvolver técnicas que fortaleçam a resiliência de seus cultivos e aumentem a produção através do uso eficiente dos recursos naturais.

Neste contexto, os sistemas de sensoriamento remoto, por meio de imagens aéreas e de satélite, proveem informações relevantes para auxiliar agropecuaristas a monitorar a degradação da terra, a qualidade do solo, o rendimento das colheitas, entre outros fatores ambientais que influenciam a produção agrícola.

Produtos para análise e adequação do solo

Muitos produtos cartográficos podem ser elaborados de acordo com as demandas e objetivos agrícolas. Alguns produtos normalmente produzidos incluem mapas de tipos de culturas, mapas de solos (salinidade, acidificação e erosão), mapas de tipos de coberturas florestais, mapas de desmatamento e, aqueles que constituem o foco deste artigo, mapas de uso e cobertura do solo.

A cobertura do solo corresponde à condição física da superfície do solo, por exemplo, floresta, pastagem, pavimento de concreto, etc., enquanto o uso da terra reflete as atividades humanas no uso da terra, por exemplo, zonas industriais, zonas residenciais, campos agrícolas etc. Mapas de uso e cobertura do solo podem ser utilizados como instrumentos de planejamento e gestão de recursos, ou para detecção de mudanças na cobertura da terra através de comparação entre duas imagens de datas distintas, ou de uma imagem atual de sensoriamento remoto e um mapa antigo. Desta forma, mudanças sazonais em áreas agrícolas e florestas decíduas podem ser monitoradas e avaliadas, assim como mudanças anuais na cobertura ou uso do solo podem indicar alterações reais nas paisagens.

Em resumo, mapas de uso e/ou cobertura do solo fornecem informações importantes sobre o status quo e sobre as mudanças nos padrões de cobertura da terra, sendo úteis para determinar e implementar políticas ambientais ou, quando utilizados com outros dados, para fazer avaliações complexas como, por exemplo, mapeamentos de riscos de erosão.

Imagens de satélite empregadas nas análises de adequação do solo

Atualmente, há uma grande variedade de sistemas de satélite gravando continuamente informações sobre a Terra. Uma ampla variedade de imagens está disponível em satélites. Tanto os sensores ativos quanto os passivos, operando a partir do micro-ondas até as regiões ultravioleta do espectro eletromagnético, coletam diariamente uma grande quantidade de informações sobre a superfície da Terra. Cada um dos sistemas varia em termos de sua resolução espacial, espectral, radiométrica e temporal. Essas características desempenham um papel relevante na definição de quais aplicações o sensor é mais adequado.

Por exemplo, para delineação do uso e da cobertura do solo, podemos utilizar imagens do satélite SPOT-6. O satélite SPOT-6 está em órbita circular, heliossíncrona e altitude de 694Km. Dispõe de bandas pancromática, multiespectral (RGB) e infravermelho próximo com resoluções de 1,5m e 6,0m, respectivamente. Sua frequência de revisita é diária.

Imagens do satélite IRS-1D também podem produzir mapas temáticos LULC. Com resolução de 500m, eles podem ser adquiridos no NRSA Data Center, NRSA, Hyderabad, Índia.

Por último, temos também como opção a utilização de uma imagem do satélite Sentinel-1A, com dupla polarização VV/VH, resolução espacial de 5x20m, adquirida pelo sensor C-Band SAR (C-SAR) no nível 1 GRD (Ground Range Detected Mode - GRD) do modo Interferometric Wide (IW). São imagens com largura de 250 km e resolução de 5 m x 20 m. O C-SAR é capaz de obter imagens noturnas e detectar pequenos movimentos no solo, o que o torna útil para monitoramento terrestre e marítimo. Além disso, uma imagem do Landsat 8 no formato L1T[1], com resolução espacial de 30m, pode ser incorporada para as bandas do visível e infravermelho.

Futuro promissor

O futuro do sensoriamento remoto de imagens de satélite é promissor e, consequentemente, seus benefícios ao desenvolvimento sustentável também. Assim como na indústria, a nova era do sensoriamento remoto (RS 4.0), impulsionado por serviços operacionais, já é uma realidade e a capacidade criativa não tem limites.

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